ABSTRACT
OBJETIVO: Estimar a freqüência de ingestão alcoólica em vítimas de causas externas atendidas em hospital. MÉTODOS: Estudo realizado com vítimas atendidas em um hospital geral universitário em Uberlândia (MG), de fevereiro a agosto de 2004. A alcoolemia foi determinada em 85 pacientes no pronto-socorro e entrevistaram-se outros 301 internados nas enfermarias sobre possível ingestão alcoólica previamente ao trauma; em ambos os grupos foi aplicado o questionário Cut-down, Annoyed by criticism, Guilty and Eye-opener (CAGE). Para as comparações das freqüências foi utilizado o teste exato de Fisher. RESULTADOS: A alcoolemia foi positiva em 31,8 por cento dos pacientes testados, os quais mais freqüentemente necessitaram de internação (70,4 por cento versus 37,9 por cento; p<0,05). Proporcionalmente, alcoolemia positiva foi mais freqüente (p<0,05) entre as vítimas de agressão física (57,1 por cento) do que as de queda (18,2 por cento) ou de acidente de trânsito (29,3 por cento). Nas enfermarias, 29,9 por cento dos pacientes referiram ingestão alcoólica, proporcionalmente mais freqüente (p<0,01) entre as vítimas de agressão física (67,4 por cento)do que entre as de acidente de trânsito (27,8 por cento) ou queda (19,3 por cento). Entre aqueles que ingeriram álcool, abordados no pronto-socorro e nas enfermarias, observou-se, respectivamente: que a maioria era homens (85,2 por cento e 80,4 por cento), a ocorrência de trauma foi maior (p<0,05) nos finais de semana (63 por cento e 57,8 por cento) e no período noturno (59,3 por cento e 57,8 por cento), e o questionário CAGE foi positivo em 81,5 por cento e 82,2 por cento. CONCLUSÕES: Cerca de um terço dos pacientes ingeriu bebidas alcoólicas previamente ao trauma e, entre eles, a maioria era homens. Proporcionalmente, a ingestão p´revia de bebidas alcoólicas foi mais freqüente entre os pacientes vítimas de violência. Os resultados da aplicação do CAGE mostra que a maioria dos pacientes vítimas de causas externas após ingest...